No coração da gentrificação urbana de São Paulo encontra-se um espaço público de 4000 m2. Uma praça. Em volta dela encontram-se a Avenues São Paulo, um condomínio de alto padrão e uma comunidade de extrema vulnerabilidade social – o Jardim Panorama, que já está lá há quase um século. E foi com a missão de reunir em torno de uma só causa esses agentes tão díspares que os alunos de Design Comunitário e de Inovação Social da escola embarcaram na elaboração de um projeto de renovação e integração social. Trata-se da Iniciativa da Pracinha, um projeto contínuo que já está rendendo frutos visíveis e a olho nu. A manutenção e a jardinagem da pracinha hoje estão em dia, as crianças são vistas brincando na grama, os bancos foram restaurados, há uma mini-biblioteca, 30 árvores nativas foram plantadas e arquitetos voluntários já têm uma planta e uma maquete de como ela um dia será. E o ponto de partida desses croquis foram 300 desenhos do que as crianças sonhavam para aquele espaço. O projeto é tão fabuloso e socialmente relevante que as alunas do 11º ano Isabella Gomes e Valentina Liberman, ambas com 16 anos, já o apresentaram em conferências internacionais. “É uma mudança de mentalidade. Nós olhamos para o espaço público para ele guiar nossas ações”, destaca Isabella. Nem é preciso dizer que as duas estão otimistas e ansiosas para voltar ao trabalho, assim que as medidas de isolamento social permitirem. “A gente agora tem uma responsabilidade social pelo espaço”, completa Valentina. E é assim que nascem as revoluções.