A tarefa de encontrar ONGs locais com impacto social nas comunidades vizinhas – Real Parque e Jardim Panorama – e transformar ideias pensadas de forma coletiva em projetos que passassem pelo crivo de um comitê avaliativo foi dividida entre alunos de diferentes idades e turmas da Avenues São Paulo. Uma das turmas do 6º ano ficou responsável pelo CEI Recanto da Alegria 1, no Jardim Panorama – uma comunidade extremamente vulnerável, colada à Avenues. O projeto concebido pelos alunos da escola em parceria com os gestores da instituição e seus participantes – bebês e crianças de 0 a 4 anos – foi unanimemente aprovado pelo comitê, sem ressalvas. Seu nome? Recanto da Imaginação. “Nossa verba é restrita e principalmente investida em manutenção, porque temos que priorizar nossas necessidades. Mas a ideia aqui era promover uma melhoria que beneficiasse diretamente as crianças. E por serem tão pequenas, os alunos da Avenues tiveram que passar tempo com elas, brincando, desenhando, para descobrir o que seria melhor”, explica a diretora Diane Regina Sant'Ana, responsável por 105 crianças. “Quando eles viram o nosso ‘espaço da bagunça’, onde guardamos brinquedos em caixas e um cabideiro com fantasias, trancados atrás de um portão, eles disseram: talvez seja isso. E nós concordamos”. Os alunos então esboçaram ideias para espelhos, armários, cabanas e prateleiras de acessórios. “A reforma terminou antes do isolamento social começar e ficou linda, perfeita, como imaginávamos que ficaria. Compramos fantasias, acessórios, agora só faltam as crianças”. Para Valéria Cortez Mariutti Grotti, mãe e membro do grupo PACE (Parents Avenues Community Engagement), todo mundo saiu ganhando. “Para nós, mães, foi muito gratificante ver o dinheiro arrecadado na festa junina sendo tão bem utilizado. As ONGs e instituições, por sua vez, tiveram a oportunidade de entender suas próprias necessidades e como ajustá-las ao orçamento em questão. E, finalmente, não tenho a menor dúvida de que foi o tipo de experiência formadora que os alunos jamais vão esquecer. Isso os ensinou muito mais do que poderiam aprender na sala de aula”.