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FELLOWSHIP

CLÉSIO SABINO AND CAROL FERIGOLLI ASSOCIAÇÃO

BEM COMUM

Quando a Associação Bem Comum foi fundada, em 2003, o objetivo era promover a inclusão social em universidades públicas por meio de bolsas de estudos oferecidas a alunos de periferia e, em sua maioria, negros, vindos de escolas públicas da zona sul de São Paulo, para fazerem cursinhos particulares em preparação para o vestibular. Ao mesmo tempo, a educação experiencial começou a ser implementada, proporcionando aos adolescentes viverem imersões culturais por toda a cidade. Esse aspecto acabou levando a Bem Comum a se concentrar exclusivamente na ampliação do repertório sociocultural desses jovens, com expedições por seu próprio espaço urbano. Mas, segundo o educador e presidente da associação Clésio Sabino, é com a chegada da Carol Ferigolli (coordenadora de projetos de educação e psicopedagoga) para se juntar à equipe, em 2016, que as coisas realmente mudam – e, desta vez, para uma direção definitiva e acertada.

 

Seu foco passa a ser os meninos e meninas de abrigos, inicialmente entre 13 e 17 anos. O objetivo era prepará-los para a vida adulta após os 18 anos, quando tivessem que deixar os abrigos. Mas logo perceberam que já era um pouco tarde para isso, pois muitos desses adolescentes permaneciam analfabetos até os 15 ou 16 anos. Então a associação, mais uma vez, como um camaleão darwiniano, se adaptou, se ajustou e estabeleceu uma nova faixa etária: de 10 a 17 anos. “Isso permitiu que eles aprendessem a ler e escrever de verdade, às vezes numa velocidade incrível, e também adquirir os fundamentos básicos da matemática do dia a dia, além de agregar a educação experiencial”, resume Ferigolli. “Temos tido resultados muito positivos, embora esses jovens sejam extremamente estigmatizados e às vezes apresentem um comportamento muito violento.”

 

Enfrentando desafios financeiros há alguns anos, a associação mais uma vez se adaptou, se ajustou e, de acordo com Ferigolli, o Programa Fellowship da Avenues São Paulo apareceu na hora certa para dar um empurrão na última transição da Bem Comum, uma na qual se tornou imperativo aprenderem a navegar os caminhos da gestão. “Para a gente foi muito gratificante entrar no grupo quando estávamos tão desacreditados. E, por meio da nossa troca de experiências, vimos que as dificuldades são mais ou menos as mesmas para todo mundo do terceiro setor”, acrescenta Sabino. Os alunos da Avenues foram convidados a visitar a associação antes da imposição do isolamento social, e os efeitos dessa experiência ainda estão se propagando no tempo e no espaço. Com a quarentena, os adolescentes do abrigo ficaram isolados, e um grupo de 15 meninas do 7º e 8º anos da Avenues estão fazendo uma tutoria online com seus novos amigos. São esses jovens dos dois lados da equação que estão aproximando não apenas duas escolas, mas dois mundos – e provando que isso não é apenas uma possibilidade, mas uma necessidade.

 

Para todos nós. Visite: bemcomum.org.br

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